Quem sou eu

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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Quem sou eu? Sou parte do tudo O pedaço que é feito de nada Sou aquilo que tens mais medo Por ser o que mais te agrada Sou uma luz sólida Um caminho que não tem rumo E quando pensas que me achou É então que sumo Sou as lágrimas da tempestade Com o choro de trovão Sou quem te nega um olhar Mas te entrega o coração Sou mais do que pensas Mas menos do que realmente sou Sou quem mais acerta Por ser quem mais errou Sou acompanhado, mesmo sem amigos Desconhecendo o que é solidão Sou morador de um mundo real Mas que é feito de ilusão Sou uma peça nesse jogo da vida Um leigo que sabe de tudo Sou mais uma cara perdida Que sonha com a paz num futuro. (Lorenzo Petillo)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Tempo da Obra

Tantos oram pedindo paciência, perseverança... Mas a única forma de exercitar a paciência é com algo que demore. E a perseverança quando esse algo está demorando e ainda por cima parece cada vez mais difícil, mas mesmo assim continua a busca. A verdade é dura. Quem não sabe esperar ou se entrega às dificuldades das circunstâncias e do tempo NÃO CONFIA EM DEUS porque se confiasse teria edificado dua fé n’Ele, na Rocha.

Estava vendo como se constrói um prédio. Percebeu que quando separam um lugar pra construção e o cercam passam-se meses sem nada aparecer? E do nada, de um dia para o outro o prédio já está com 5 andares, todos se assustam, comentam como fizeram tão rápido, os jovens falam que devem ter chamado mais gente e por isso agora foi, os velhinhos falam que o dono deve ter aparecido e colocou os pedreiros pra trabalhar. Não, não foi nada disso. A parte de fundação da obra, os alicerces são a parte mais demorada de uma construção, as estacas de apoio tem que ser enterradas cada vez mais fundo e de acordo com a altura da obra. Quanto maior a obra, maior a profundidade de seus alicerces, do mesmo modo que nossa vida espiritual. Na construção as estacas precisam passar as várias camadas de solo, lençóis freáticos e até chegarem... Na Rocha, se os alicerces conseguirem penetrar ali, nada de ordem natural derruba o edifício.

Quando Jesus falou sobre as duas casas, uma fundada sobre a areia e outra na rocha as pessoas imaginam uma casa em um solo bem diferente do outro, uma com areia em volta e embaixo, a outra construída sobre uma rocha, na verdade, se fosse assim, a que está sobre a rocha teria mais chances de cair. Duvida? Fique de pé na areia e seja empurrado, você consegue se apoiar, mas peça pra alguém dar o mesmo empurrão se estiveres numa rocha o apoio é bem menor e ainda é escorregadio.

Essas casas poderiam ser vizinhas, no mesmo terreno, no mesmo lugar, mesma rua e idênticas em aparência, mas só em aparência. Os alicerces de uma eram superficiais, não passavam da areia. A outra levou mais tempo pra ser construída, os alicerces foram se aprofundando pouco a pouco, dia após dia, começaram da areia na superfície, passaram pelo barro, pedras de seixo, lençol d’água, mais barro e sabe-se lá quantas camadas de solos diferentes. Esses solos representam o grau de intimidade, cada camada, um avanço, um dom, uma resposta, um ensinamento. Até que chega na rocha, daí sim, depois de bem fundamentado, com base, uma estrutura realmente confiável, aí se constrói a casa, que é tudo o que representa nossa comunhão com Deus, a casa é tudo na vida, é abrigo, o lugar onde se repousa, é onde mora a família, a casa é nosso ministério, nossa relação com Deus. Se for edificado sobre a areia, com certeza ficará pronta em menos tempo, mas será que ela é forte?

Imagine dois terrenos, um à direita e outro à esquerda. No primeiro dia no terreno da esquerda já sobe uma parede, no outro já esta com todo o piso pronto e a da direita ainda não tem nada, estão fundamentando seus alicerces, a casa do vizinho está quase pronta e a da direita ainda nenhuma parede sequer, ela ainda está na fundação dos alicerces, esses indo mais fundo e mais fundo, a casa do vizinho já está pronta vai até adorná-la, afinal começaram a construir juntos, mas o contrutor da direita agora que levantou a primeira parede. Um já dorme aquecido dentro de sua casa, comemora a bênção em tempo recorde. O outro passa a noite no frio, sem teto, orando pra ter forças pra construir no outro dia. Amanhece, o vizinho da esquerda faz um churrasco, deita em uma rede na varanda e o da direita está terminando de levantar as peredes, ainda cruas, sem cimento nem massa, a casa está feia. Mais uma noite chega. O frio já não incomoda tanto. No outro dia o da esquerda recebe visitas e mostra quão bonita ficou sua casa enquanto se gaba do tempo em que construiu, fala do vizinho incompetente que começou a construir junto com ele e até agora não terminou. O vizinho da direita está terminando de pintar a casa que ficou pronta! Chegou a noite, os dois dormiram felizes e aquecidos em seus lares, no outro dia, logo pela manhã, quem passava elogiava as duas casas que eram muito parecidas, aparentemente idênticas. Naquele dia ao anoitecer houve algo terrível: E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa”(Mt. 7.25).

Naquela noite somente uma das casas ficou de pé. O construtor de uma priorizou o tempo de construção e a beleza, o outro em fundamentá-la do modo correto. Qual contrutor tem sido você? Tem sabido trabalhar sem ver resultados, sem ganhar elogios, mas sabendo que está no caminho certo? Tem aguentado ver os outros com suas casas lindas te olhando e dizendo que és um incompetente, que nada do que você faz dá resultado? Tem dormido no frio sem reclamar sabendo que quando a casa estiver pronta nada vai te abalar? Não é fácil edificar a casa sobre a rocha, mas é o que Jesus espera. Ele espera que você saiba esperar, mas trabalhe enquanto espera, entende? Não adianta esperar que a casa fique pronta sozinha. Aprecie cada centrímetro de alicerce mais profundo, comemore cada tijolo colocado, cada pincelada na parede, esqueça a casa dos outros! A casa é sua, construa da forma que achar melhor.

Lorenzo Petillo.

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